cistite

Na hora de falar já se faz sentir: estamos falando da cistite, uma inflamação que atinge a bexiga e que não passa despercebida. Pode ser causada por diferentes fatores que determinam sua eventualidade ou continuidade. Em qualquer caso, é bom tratá-lo imediatamente após uma terapia adequada, a fim de evitar que volte a ocorrer logo depois.

Com a ajuda da Dra. Elisabetta Colonese, cirurgiã, especializada em Ginecologia e Obstetrícia, terapia de infertilidade de casal, vamos ver como reconhecer a cistite e o que fazer para preveni-la.

O que é cistite

«A cistite é uma inflamação da bexiga. Pode ser bacteriana (a mais frequente) ou inflamatória. Estas últimas são causadas pelo uso de substâncias irritantes, higiene íntima incorreta ou medicamentos. A cistite pode ser:

  • agudo e portanto transitório, benigno e ocasional;
  • hemorrágico. Neste caso tem origem infecciosa e envolve a bexiga de forma mais importante porque atinge os capilares da submucosa da bexiga, tanto que pode ser visto sangue na urina;
  • recorrente, ou seja, ocorre várias vezes durante o ano e requer terapias específicas.

O objetivo é evitar que a mulher tenha qualquer tipo de cistite, principalmente a recorrente», explica o médico.

Sintomas de cistite

«A cistite pode ser facilmente reconhecida pela manifestação de sintomas como:

  • ardência e dor ao urinar (disúria e estrangúria ou desconforto e dor);
  • tendência a urinar várias vezes (mesmo pouco e se chama polaciúria);
  • presença, às vezes, de sangue na urina (hematúria).

A urina também tem uma cor opaca e um cheiro intenso, em alguns casos também pode haver febre. Além disso, em conjunto com o desenvolvimento de cistite, pode-se sentir dor suprapúbica e/ou sensação de peso perineal [ed. a área que envolve a vagina, vulva e ânus]», continua o Dr. Colonese.

Na presença desses sinais, principalmente se recorrentes e persistentes, é sempre bom conversar com seu ginecologista de confiança que avaliará a terapêutica mais adequada.

Causas da cistite

«No caso da cistite bacteriana, a causa se deve à ação de germes que povoam a última parte do intestino.De fato, a mais frequente é a Escherichia coli, seguida de Proteus e Klebsiella. Esses microorganismos conseguem atingir a bexiga, por exemplo, de fora, ou seja, através da uretra [ed. o canal que liga a bexiga ao exterior] e isso porque a uretra da mulher é muito mais curta que a encontrada no pênis do homem. A distância entre a saída da uretra e a bexiga é, portanto, mínima, de modo que esses germes podem passar mais facilmente do lado de fora por razões anatômicas.

Essas bactérias também podem chegar à bexiga de outra forma: elas podem, de fato, passar por propagação de órgãos próximos, como o intestino ou pelo sangue. A cistite não bacteriana pode ser inflamatória, como a cistite intersticial. É uma inflamação crônica da bexiga que tem causas multifatoriais. A cistite pode ser causada por radioterapia ou por substâncias químicas, ou mesmo por drogas" .

Também há cistite traumática principalmente quando há ressecamento.Por exemplo, em mulheres que usam contraceptivos orais e com secura vaginal, pode acontecer que durante a relação sexual o tecido se rompa um pouco, com consequente inflamação e tendência à proliferação de germes. A mesma coisa em mulheres na menopausa que podem ter problemas de secura vaginal. Esta é de fato mais uma causa de cistite inflamatória se a secura não for tratada.

Fatores de risco para cistite

Os fatores que podem predispor ao desenvolvimento de cistite incluem:

  • atividade sexual, principalmente se forem usados anticoncepcionais como espermicidas e diafragma;
  • presença de patologias, inclusive neurológicas e diabetes;
  • sistema imunológico fraco;
  • higiene íntima incorreta, por exemplo lavar de trás para frente (o correto é o contrário);
  • presença de sonda vesical;
  • estar na menopausa. Nesta fase, de fato, o revestimento da uretra pode afinar devido à f alta de estrogênio; também altera o equilíbrio bacteriano normal na vagina e isso pode levar ao desenvolvimento de infecções.

Além disso, não conseguir esvaziar completamente a bexiga pode contribuir para a proliferação de bactérias que normalmente são eliminadas com a micção. Você pode ter dificuldade em esvaziar a bexiga se:

  • cálculos;
  • gravidez (devido ao bebê pressionando a bexiga);
  • aumento da próstata (nos homens), pressionando a uretra.

Diagnóstico de cistite

O diagnóstico depende da causa que desencadeou a cistite. O especialista, principalmente na presença de pacientes grávidas e com patologias, pode ainda combinar o exame médico com a realização de exames como:

  • urinocultura;
  • teste de urina;
  • o antibiograma.

São exames que também são realizados quando a cistite é recorrente e caso a terapia prescrita não tenha tido sucesso. As infecções do trato urinário superior podem exigir exames instrumentais, como cistoscopia e ultrassom, para descartar a presença de doenças ou cálculos.

Remédios para Cistite

«Antes de iniciar a antibioticoterapia é aconselhável realizar um exame de urina com cultura de urina e antibiograma para excluir a presença de bactérias que podem estar na base da cistite. Caso contrário, se a cistite for tratada com antibióticos aleatórios, ela pode permanecer latente e aparecer mais tarde. A par da terapêutica, é importante apostar na prevenção, ou seja, adotar uma série de comportamentos, antes de mais nada ter um intestino saudável, que ajudam a prevenir o desenvolvimento de cistite», explica o médico.

Como prevenir a cistite

«Se é verdade que devido à proximidade e disbiose intestinal, tanto a vagina (vaginose) como a bexiga (cistite) podem adoecer, é fundamental que o intestino esteja em forma e tenha uma boa microbiota. Isso significa que as bactérias presentes no intestino devem estar em equilíbrio entre si. Nesse sentido, é fundamental seguir uma alimentação saudável e hidratar-se bastante diariamente, portanto, beber cerca de 1 e meio a 2 litros de água. Além disso, é preferível evitar o consumo de álcool, destilados, café, refrigerantes e parar de fumar.

Em geral, é melhor dar preferência a uma alimentação balanceada e rica em proteínas, principalmente vegetais e peixes, com cozimento a vapor. Além disso, recomendo comer muitos vegetais e frutas, limitando as proteínas de origem animal, portanto laticínios e carnes curadas. Se tendes a ter sempre cistite, recomendo terapias crónicas, ou seja, a repetir mês após mês com frutos vermelhos e fermentos lácteos.Existem várias soluções em sachês e comprimidos, para serem tomadas de uma a duas doses por dia durante 10 dias por mês e são realmente usadas para prevenir a cistite e sua recorrência" .

O intestino é uma das partes mais importantes do nosso corpo e está intimamente relacionado ao nosso cérebro. De fato, seu bem-estar afeta o humor, as defesas imunológicas e também a saúde da bexiga. Para garantir que as bactérias, naturalmente presentes no intestino, estejam em equilíbrio umas com as outras, precisamos manter um estilo de vida o mais equilibrado possível. Isso se traduz em trazer alimentos aliados para a mesa e praticar esportes.

Bons hábitos para prevenir a cistite

«Alguns bons hábitos são:

  • lave da frente para trás (e não o contrário), pois os germes anais podem ser transportados mecanicamente do ânus para a uretra, favorecendo a passagem dos germes de fora;
  • use produtos especiais, evitando os agressivos ou que causem ressecamento ou inflamação;
  • enxugue e não esfregue com uma toalha a ser trocada a cada lavagem e sem deixá-la exposta, pois a ação do ralo poderá criar a difusão de micro gotículas que podem se depositar em qualquer lugar, inclusive na toalha do bidê;
  • roupa íntima deve ser confortável, preferencialmente de algodão e respirável, sem corantes químicos que possam se soltar com o primeiro suor;
  • limite o uso de absorventes íntimos;
  • durante a menstruação tome cuidado para trocar o absorvente com muita frequência;
  • não segure o xixi ou empurre ao fazê-lo;
  • não use roupas apertadas;
  • evite relações sexuais se tiver cistite.

Outra dica é fazer xixi logo após a relação sexual, para eliminar aqueles pequenos germes que podem ter subido pela uretra mecanicamente», finaliza o especialista.

Em conclusão, então, a cistite pode ser muito frequente e ser causada por vários fatores. Para evitar que apareça ou volte, é melhor antecipá-lo e combatê-lo com bons hábitos diários.

Fontes bibliográficas

  • Instituto Superior de Saúde, Infecções urinárias
  • Instituto Superior de Saúde, Cistite
  • NHS, Cistite

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